quinta-feira, 31 de março de 2011

Groucho Marxismo


Pitadas da sabedoria do grande filósofo:

Acho que a televisão é muito educativa. Todas as vezes que alguém liga o aparelho, vou para a outra sala e leio um livro

As noivas modernas preferem conservar os buquês e jogar seus maridos fora.

Inteligência Militar é uma contradição em termos.

Estes são os meus princípios. Se você não gosta deles, eu tenho outros.

O matrimônio é a principal causa do divórcio

Só há um forma de saber se um homem é honesto... pergunte-o. Se ele disser 'sim', então você sabe que ele é corrupto

Eu não sou vegetariano, mas como animais que são

Maai


Maai

Tokyo-Ga é o documentário em que Wim Wenders investiga a alma japonesa, o lado bonito, o lado crisântemo não o lado espada de uma cultura tão delicada e às vezes tão áspera, Wenders nos intervalos das filmagens de Paris Texas vai atrás das raízes do cinema de Ozu, que maravilha, que delicadeza, tudo tão longe tão perto, que gente estranha, que povo lindo, que cinema maravilhoso o desse Ozu.
Tokyo-Ga é magnifíco, um mergulho na alma de um povo que não é tão explícito como nós ocidentais, é um documentário delicado, sobre um cineasta delicado que nos mostrava que vale mais duas pombas voando e nada nas mãos, que vale mais o silêncio do que os sons, que vale mais o vazio do que o cheio. Que bom se fosse se o ocidente se enchesse de Ozu para finalmente ficar vazio de seus nadas.

é isso...

Quando acordo pela manhã ainda consigo sentir uma certa lucidez, as coisas in the wee small hours ainda parecem possuir algum sentido, por menor que ele seja, mais tarde quando o tempo vai avançando parece que tudo volta a mesma merda, o homem só nasceu para abusar do outro, inclusive eu mesmo, somos todos vítimas de um jogo mesquinho e estranho de aparências, que pessimismo da porra! Para abrir o blog estou começando bem. Talvez não apresente este muquifo para ninguém. Quem sabe. Depende do meu humor. E de minha inspiração.

Amor, uma carta para Sócrates


Sócrates andava por Atenas tentando desbancar os hipócritas da época, principalmente os sofistas, aqueles que achavam que sabiam alguma coisa e no fundo eram impostores correndo atrás de grana. Para derrubar essa turma das tamancas o velho filósofo bolou um negócio chamado maiêutica que consistia em fazer os pedantes confessarem auilo que não sabiam, por exemplo chegava para o suposto sábio e tergiversava (homenagem a Dilma): O que é o saber? E sem dúvida o mequetrefe sambava. Chegava para o guerreiro que se dizia corajoso e lascava: O que é a coragem? E o bruto se enrolava.Decidi enfrentar o desafio Socrático e tentar definir, o que na minha opinião, é o maior dos sentimentos, é aquilo que em última instância nos diferencia da bicharada, "this crazy little thing called love", sim lindos, o amor, lá vai a minha carta para o mestre (quanta pretensão)...


Querido e lindo professor de Atenas.

Lembranças para Dona Xantipa, que os Deuses do Olimpo acalmem seus humores, muitas vezes mais violentos do que deveriam ser. Caro instrutor, gostaria aqui apenas de tomar coragem e responder através desta missiva sobre a questão formulada por sua pessoa no Mercado de Atenas na última semana, você estava lá, filosofando com um polvo enrolado nas mãos enquanto eu comprava uma dúzia de olivas para acompanhar meu Ouzo. Viste meu semblante preocupado e perguntaste o motivo de minhas dores, e te respondi: amo alguém loucamente! e então me perguntou sobre o amor, o que era essa coisa, inclusive chegou a ousar sobre artistas bigodudos que no futuro tentariam explicar esse sentimento. Depois de muito pensar ouso responder-te através dos péssimos escritos abaixo, nobre filósofo: O Amor, meu Mestre, não é algo que podemos definir com palavras, logo de chofre, assim de uma vez. O amor, me refiro aqui ao amor homem/mulher ( ou algo que o equivalia neste mundo louco!) é um processo longo, em que a paciência dos entes envolvidos deve ser levada ao extremo, o amor é algo anti-gestáltico (infelizmente esse termo ainda não existe em sua época lindo professor) ou seja é uma coisa em que as partes são maiores que o todo, o amor é feito de blocos que juntos formam uma construção. Alguns exemplos: -Quem ama lembra o cheiro de Zinabre do colar que ela usava naquela primeira noite.

-Quem ama lembra daquele corpete vinho que ela colocou somente para te deixar louco

-Quem ama lembra do cheiro agridoce daquele pezinho mal-cuidado que só te fez feliz numa noite qualquer, num lugar qualquer.

-Quem ama lembra do medo de não ter sido o garanhão prometido por ter tido medo de desagradar.

-Quem ama lembra de ter ouvido músicas insuportáveis, poesias idiotas e programas imbecis, somente por amar.

-Quem ama lembra do primeiro dia de ter conhecido a mulher amada, se lembra da primeira barra pesada que passaram juntos.

-Quem ama se lembra de ter magoado, e de ter sido magoado e mesmo assim continuar amando.

-Quem ama se lembra do tipo da pimenta que ela gostava

-Quem ama lembra do jeito que gostava de ter os pés massageados

-Quem ama lembra daquela boca única em forma de coração-Quem ama lembra dos chás que a ela eram benéficos

-Quem ama lembra dos carinhos certos, nos momentos de tristeza-Quem ama se lembra de todos os sorrisos, de medo, de prazer e de amor.-

E aqueles que amam devem se lembrar de somente uma coisa, quem ama simplesmente ama.Explico:

-quem ama não é generoso, quem ama ama.

-quem ama não é companheiro, quem ama ama.-quem ama não é atencioso ou presente, que ama ama.

-quem ama não é bom,simplesmente, quem ama, ama. Sócrates, se sentiu pelo menos algumas coisas das mencionadas acima por alguém, saiba que amou, e se amou uma vez, será eternamente feliz e ao mesmo tempo infeliz.

Grato