segunda-feira, 11 de julho de 2011

Nossos heróis...

Rever Indiana Jones na TV é  realmente incomparável. Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal é um filme do arqueólogo com todos os ingredientes daquelas tardes em que nos embrenhavamos em salas escuras, tudo o que vimos nos outros Jones esta lá, desde o logotipo da Paramount que se transforma em uma imagem, passando pelos seres rastejantes e peçonhentos ( a sequência das formigas selvagens é antológica), pelas locações exóticas e improváveis, as catacumbas cheias de passagens secretas, os vilões caricatíssimos e a ação desenfreada. Assistir a Caveira de Cristal é como reler um velho gibi, tudo recauchutado, tudo nos remetendo a uma sala de cinema segura onde as surpresas são controladas, os sustos são surpreendentemente previsíveis e o gosto por rever o passado é insuperável. Nos sentimos como crianças que assistem inúmeras vezes o mesmo desenho em busca de conforto, em busca de nostalgia e é exatamente a nostalgia que transborda de  Indiana, o útimo filme ambientado na década de cinquenta remete mais aos filmes B de science fiction do que aos seriados da década de quarenta que seus três antecessores homenageavam, a vilã de Cate Blanchett é uma espécie de Rosa Klebb, a agente soviética inimiga de James Bond em Moscou Contra 007, repaginada, e  é claro bem mais sexy. Vale a pena citar uma cena emblemática em que nossos heróis afundam num poço de areia movediça trash, daquelas em que os personagens emergem com as roupas secas, nada mais Ed Wood.
Triste e melancólico mesmo são as ausências de Denholm Elliot (morto em 1992)e Sean Connery, ambas justificadas e homenageadas porém insubstituíveis. O final, deixa o campo aberto para mais algumas sequências com alguns novos elementos.Torçamos para que Spielberg e Lucas façam uma segunda trilogia de Indiana Jones, assim como fizeram com Star Wars.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

A Vida Marinha de Steve Zissou

Quem olha assim não da nada,porém o filme de Wes Anderson é uma lição de tudo o que procuramos numa pelicula, existe ali humor,fantasia,atuação,humanismo e emoção em doses exatas que nunca superam os limites do exagero,do bom senso e da estética. Steve Zissou (Bill Murray excelente as usual)é um oceanógrafo (tipo Cousteau)que busca o mitíco tubarão tigre que devorou um velho companheiro,para buscar tal criatura o marujo conta com a ajuda de uma equipe de tipos únicos (é impagável o papel de Willem Dafoe um alemão extremamente emotivo) e com a presença de um filho a muito rejeitado.
Wes Anderson mais uma vez trabalha com o assunto recorrente em suas obras, o da paternidade, seus personagens apesar de risiveís são dotados de uma humanidade incrível,todas as relações são permeadas por aspectos psicanaliticos latentes,o grande objetivo da expedição,simbolizada pelo tubarão-tigre,é na verdade,como já foi em Hemingway em seu O Velho e o Mar, um encontro com a morte e o que isso significa para a vida. Único,lindo,comovente.