domingo, 3 de abril de 2011

Roth.

Não é exagero afirmar que O Animal Agonizante (Cia.das Letras)de Philip Roth é um dos melhores romances de todos os tempos,com cerca de cento e vinte páginas poderia ser chamado de novela porém a grandeza do livro não pode ser medida pelo seu volume,leiam imediatamente e me darão razão.
David Kapesh é um professor sessentão, aposentado que apresenta um pouco visto programa sobre arte na TV além de ministrar cursos esporádicos,ao final de cada curso Kapesh organiza uma festa para os alunos em seu apartamento e obrigatoriamente leva uma delas para cama,até conhecer Consuelo uma descendente de cubanos por quem se apaixona perdidamente e numa entrevista com alguém desconhecido expõe sua amarga visão sobre a vida e a morte.O romance é tão profundo que muitas vezes parece que estamos diante de algo da grandeza de Sheakespeare, imaginem um Complexo de Portnoy (o primeiro grande livro de Roth,também narrado em forma de confissão) trinta anos mais maduro e você terá uma vaga idéia do que é O Animal Agonizante.Roth,na breve confisão do pervertido professor trata dos mais importantes aspectos da vida humana tais como paternidade,amizade,politica (a situação cubana) e sobretudo sobre o amor e a morte,é inesquecível uma das frases do livro que diz que, ao contrário do que é popularmente dito,o amor não completa ninguém,somos completos antes do amor e depois dele nada mais do que fragmentos de algo inexplicável,o amor é a única obsessão a qual buscamos por vontade própria, sim uma visão extremamente amarga,mas ao final Roth nos da uma piscadela,talvez as coisas não sejam tão ruins assim e somente Eros pode,pelo menos,nos aliviar da carga de Tânatos.

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